“Maria Madalena sentia-se muito feliz. Caminhava como em sonho e não sabia como chegara à hospedaria. Havia seguido seguramente seu caminho nesse povoado desconhecido. Logo estava novamente reunida com as outras mulheres; ela sentiu-se literalmente impelida à proximidade delas. Parecia-lhe poder agora lhes falar irrestritamente e lhes perguntar sobre tudo o que tanto a agitava.
Constantemente chamava a sua atenção o modo simples e natural com que elas consideravam tudo o que ocorria no decorrer do dia, e de que maneira alegre assimilavam tudo o que podia beneficiar a elas e a outrem, de algum modo.
Ela observava todas as manifestações das outras, sentia suas intenções e pensamentos, e escutava com alma aberta as palavras delas, querendo aprender com elas. Pois sabia que Jesus, ele mesmo, as havia conduzido, abençoado e iluminado.
Elas falavam-lhe de Jesus, e em cada palavra brilhava a fidelidade, o amor e a dedicação ao Senhor. Maria ficava cada vez mais calada, mais modesta, mais introspectiva, não mais conhecendo a si mesma. Onde tinham ficado os tantos sentimentos e pensamentos, que em outros tempos sempre a haviam agitado tornando-a às vezes tão irrequieta, autoritária e apaixonada? Um silêncio havia nela; apenas um som puro, como a badalada límpida de um sino, vibrava em sua alma. Acendera-se nela uma luz e ela orava sem procurar palavras.”
Os Apóstolos de Jesus, Coleção o Mundo do Graal, obra publicada pela Ordem do Graal na Terra
bit.ly/Apóstolos-OGT